A JUSTIÇA na Oração

A JUSTIÇA na Oração

A Justiça na Oração

Reflexão sobre Lucas 18, 1-8 Deus fará justiça aos seus escolhidos que gritam por ele

A justiça dos homens nem sempre é justiça e, por isso, muitas pessoas deixaram de acreditar na justiça humana, uma vez que ela em vez ser aquilo que devia ser passou a ser iníqua, por defender o mal, a mentira, a fraude e não o bem, a verdade e a rectidão.

Ao falarmos de Justiça, segundo a Bíblia, falamos de santidade. Só Deus é Santo. Só Deus é Justo. Todos quantos querem ser santos deverão imitar a justiça e a santidade de Deus.

A justiça de Deus é a única verdadeira, recta e justa. Diz Jesus: «Não julgueis, para não serdes julgados; pois, conforme o juízo com que julgardes, assim sereis julgados»(Mt 7,1)

O Evangelho  fala-nos de um juíz iníquo. Era muito mau e não queria ouvir as queixas de uma pobre mulher que já se tinha queixado várias vezes de alguém e nunca foi atendida, mas por ela ser teimosa e não desanimar de pedir o Juíz pensou: « Embora eu não tema a Deus nem respeite os homens, contudo, já que esta viúva me incomoda, vou fazer-lhe justiça, para que me deixe de vez e não volte a importunar-me».(Lc 18,4-5)

Isto é, a viúva precisava imenso que aquela injustiça fosse reparada e o juíz, embora não fosse crente, acabou por atendê-la e fazer-lhe justiça. E porquê? Porque ela insistiu e não desanimou perante a demora do juíz.

Aqui temos o primeiro ensinamento que o Senhor nos quer dar nesta passagem do Evangelho. Por vezes a nossa oração não é acompanhada das condições necessários para ser atendida.

A primeira condição para que a nossa oração seja ouvida é sermos bons filhos de Deus e cumprirmos a vontade d’Ele. Ora a vontade de Deus está nos Mandamentos. Quem cumpre os Mandamentos está a amar a Deus sobre todas as coisas e a amar o próximo como a si mesmo. Diz o Senhor: «Sereis Meus amigos se fizerdes o que vos mando».

A segunda condição para sermos atendidos é pedir com insistentemente, ou seja, orar sem cessar, sem desafalecer.

 A terceira  condição é termos fé que Deus nos vai atender, isto é, não duvidar nunca do poder e da bondade de Deus, mas também saber aceitar a vontade de Deus. Ele sabe melhor o que nos convém e quando nos convém.

Por fim é necessário saber esperar a hora de Deus.

Sem estas quatro condições a nossa oração não é atendida.

A primeira leitura fala-nos de uma batalha entre Israel e os Amalecitas. Enquanto os israelitas combatiam o Chefe deles, Josué, estava de braços levantados para Deus em oração. Eles sabiam que não podiam apenas contar com a força dos homens e das armas, que era preciso a ajuda de Deus. E assim sucedeu que, quando falhava a oração de Josué, Israel perdia, Mas se Josué continuava a oração Israel ganhava e foi assim que Israel venceu os inimigos. Lutando com a força dos braços, mas também com a força da oração.

A oração tem um poder incrível. Pode vencer exércitos, transformar criminosos e pecadores. Diz o Apóstolo Tiago: «orai uns pelos outros para serdes curados. A oração fervorosa do justo tem muito poder.Elias, que era um homem da mesma condição que nós, rezou com fervor para que não chovesse, e durante três anos e seis meses não choveu sobre a terra. Depois voltou a rezar, e o céu deu chuva, e a terra produziu o seu fruto.»(Tg 5,16-18)

Através da oração Deus abre os olhos, transforma corações, cura as feridas e dá sabedoria (Tg 1,5) Uma boa maneira de orar é através da Bíblia, que tem excelentes orações. «De facto, toda a Escritura é inspirada por Deus e adequada para ensinar, refutar, corrigir e educar na justiça,a fim de que o homem de Deus seja perfeito e esteja preparado para toda a obra boa».(2 Tm 3,17)

Como aquela viúva que teimou e foi atendida, como os israelitas que contaram com a oração para vencer o inimigo, assim cada um de nós se empenhe, através da oração a vencer o pecado, que é o nosso principal inimigo.

 

P. Luís Pinho